Biografia: Fotógrafo de rua e artista visual. Nascido em Pernambuco, passou por Salvador e vive no Rio de Janeiro desde 1985. Sua relação com as artes começou na infância, entre brinquedos feitos à mão e cadernos de poesia. Formado em Comunicação, atuou como designer e diretor de arte, mas foi nas ruas que encontrou sua linguagem. Sua fotografia parte da escuta — da cidade, das ausências, dos gestos esquecidos. Seu trabalho explora temas como invisibilidade, memória simbólica e fabulação crítica. Em seus ensaios, a imagem não apenas mostra: interroga, encena, propõe.
Apresentação da série:
Passado Presente, de Jener Neves
“Passado Presente” é um ensaio fotográfico que transcende o tempo ao conectar passado e presente, utilizando a inteligência artificial (IA) da plataforma MidJourney.
Inspirado por uma história sobre a enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, Jener Neves leu sobre o desastre que inundou o depósito da editora gaúcha Libretos, destruiu várias cópias do livro “A enchente de 41”, do jornalista Rafael Guimaraens, e teve a ideia de unir ambos os eventos em uma série fotográfica.
As imagens, criadas ao longo de quase 200 horas de trabalho com termos geradores específicos, trazem uma história ficcional sobre fotografias encontradas nos escombros da enchente de 2024 que evocam memórias de 1941, ano onde outra inundação histórica tomou conta de Porto Alegre e região.
Além disso, Jener também adicionou uma carta comovente que diz: “Lembra de mim? Aquele guri que corria pela rua sempre que tu chegavas? Ah, como era bom jogar bola descalço, com os pés deslizando no barro molhado. Tu sempre foste uma companheira!”.
O ensaio é uma poderosa reflexão sobre os ciclos da natureza e a resiliência humana diante das adversidades. As enchentes de 1941 e 2024 servem como um sombrio lembrete das consequências da degradação ambiental, ao mesmo tempo em que apelam para uma mudança urgente em nossas atitudes e ações. As fotografias de Jener capturam a beleza e a devastação da natureza, evocando uma resposta emocional profunda no espectador.
“Passado Presente” não é apenas uma lembrança de eventos trágicos, mas um apelo à consciência ambiental e humana. As imagens sugerem que, ao revisitar o passado, podemos encontrar as chaves para um futuro mais esperançoso. Elas convidam o espectador a refletir sobre a necessidade de proteger o meio ambiente para que as futuras gerações possam ver a chuva novamente com olhos de esperança e não de medo.
A obra de Jener Neves é um testemunho do poder da fotografia, auxiliada pela inteligência artificial, em contar histórias que transcendem o tempo. “Passado Presente” é uma homenagem à memória, à resiliência e à capacidade humana de encontrar beleza e esperança mesmo nas circunstâncias mais difíceis.